VOLKSWAGEN - Discussão sobre a VW
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farmoboy83
Bárbara Perdigão
Ziggy
Veiga
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VOLKSWAGEN - «A FORÇA ATRAVÉS DA ALEGRIA»
«Carocha» (Portugal), «Fusca» (Brasil), «Beetle» (Grã-Bretanha e EUA), «Coccinelle» (França), «Magiollino» (Itália) e «Escarabajo» (Espanha), são alguns dos muitos nomes com que foi carinhosamente baptizado o automóvel mais vendido de todos os tempos, contribuindo em muito para a reconstrução de uma nação que se encontrava praticamente destruída, após a pesada derrota sofrida na 2ª Grande Guerra.
Foi no longínquo ano de 1934 que Ferdinand Porsche -- um conceituado construtor de automóveis de competição e consultor de marcas como a Mercedes-Benz e a Auto Union (Horsh, Audi, Wanderer e DKW) – apresentou a Adolf Hitler o seu projecto para a construção de um automóvel destinado a motorizar a Alemanha. Esse veículo teria de ser robusto, prático, possuir capacidade para transportar quatro passageiros e acima de tudo ter um preço que fosse acessível ao cidadão comum.
O início da construção dos primeiros protótipos foi muito difícil. Além da dificuldade em escolher o motor que equiparia o futuro automóvel (viria a ser escolhido um motor «boxer» de quatro cilindros refrigerado a ar, com 25 cv de potência), Ferdinand Porsche era vigiado, por ordem de Hitler, pela Associação Nacional da Indústria Automobilística, de modo a cumprir o que tinha ficado pré-estabelecido no caderno de encargos: o preço do automóvel não deveria ser superior a mil marcos.
Depois da construção de alguns protótipos que foram exaustivamente testados -- rodando mais de 2,4 milhões de quilómetros --, finalmente ficou pronto o automóvel que o Dr. Porsche pretendia baptizar com o nome de Volkswagen («carro do povo»).
No entanto, em 1938, durante a cerimónia do lançamento da primeira pedra para a construção da fábrica onde iria ser produzido, Hitler anunciou que o carro se iria chamar «KDF-Wagen», «Carro Força através da Alegria». Segundo o ditador alemão, este automóvel deveria ter as iniciais da divisão dopartido nazi, que então dominava o país: a «Kraft-Durch Freude».
Também era através desta associação que se podia adquirir o «KDF-Wagen», mesmo antes de estar à venda. Mediante a compra semanal de uma senha que custava cinco marcos, qualquer cidadão alemão podia comprar um «Carocha». Essas senhas eram coladas numa caderneta até atingir o valor de 990 marcos -- o preço do automóvel. No entanto, ninguém chegou a receber o automóvel através deste sistema...
Com o início da 2ª Grande Guerra Mundial em 1939, toda a produção da fábrica foi canalizada para fins militares. Aproveitando os chassis e motores do KDF-Wagen, foi construído o «Kubelwagen», uma espécie de «Jeep».
Embora não possuísse tracção integral, este veículo militar, aliando da melhor forma o baixo peso, as dimensões das rodas e uma altura considerável, galgava agilmente as dunas dos desertos africanos, assim como conseguia circular com facilidade nas estepes geladas do Norte da Europa.
Quando a 7 de Maio de 1945 a Alemanha se rendeu às Forças Aliadas, grande parte da fábrica de automóveis e da cidade de Wolfsburg (construída para albergar os milhares de operários que trabalhavam na VW) estavam parcialmente destruídas.
Embora na altura ninguém estivesse interessado em ajudar na reconstrução de um país que tinha causado a maior mortandade da História da Humanidade, Ivan Hirst, um Major do exército britânico, conseguiu persuadir os seus superiores a requisitarem e a reconstruírem parte da fábrica. Os veículos aí construídos seriam usados pelas Forças Aliadas enquanto permanecessem no território alemão.
De imediato e para espanto de muitos, o exército britânico encomendou dez mil veículos. Ainda nesse mesmo ano foram construídos cinco centenas de «Kubelwagens» e alguns exemplares do modelo original, o «KDF-Wagen».
Em 1946 a cadência aumentou e foram fabricados quase oito mil unidades do carro desenhado por Porsche.
No entanto, este automóvel -- que foi rebaptizado com o nome Volkswagen Type 1 -- estava longe de agradar a quem nele viajava. Além de muitos problemas mecânicos, o cheiro nauseabundo que se sentia no seu interior era difícil de suportar. A grande dificuldade em arranjar matérias-primas no pós-, fazia com que, por exemplo, se utilizassem restos de peixe na feitura da cola usada para unir alguns dos componentes que faziam parte do habitáculo
Apesar destes problemas a procura aumentava, começando também a chegar encomendas vindas de outros países.
Finalmente em 1947, na Feira de Hanôver, o «Carocha» «civil» foi apresentado ao público.
Era chegada a altura de Hirst passar a «pasta» a alguém que realmente percebesse de automóveis, para dar continuidade ao bom trabalho que até então vinha desenvolvendo.
O convite foi feito a Heinrich Nordhoff, um dos directores de uma antiga fábrica de camiões da Opel.
Assim, em Janeiro de 1948, Nordhoff passa a ser o responsável máximo da marca alemã, iniciando de imediato uma série de longas reuniões com os engenheiros da marca, com o intuito de resolver os problemas de que padeciam os Volkswagens.
A potência do motor foi aumentada para 30 cv e a qualidade dos materiais usados no habitáculo era melhorada, acabando finalmente o insuportável cheiro a peixe.
Devido ao enorme sucesso alcançado pelo «Carocha» na Europa, a produção duplicou, o que levou Nordhoff a em «grande»: porque não «atacar» o maior mercado automóvel do mundo, os EUA?
De imediato são exportadas as primeiras unidas do «Export Model», uma versão que tinha como principal novidade a introdução de alguns cromados «american style»...
Nos anos seguintes e com o incremento das vendas, a qualidade e o equipamento dos Volkswagens foram melhorados . Além do motor, que viu a sua potência passar para 36 cv, e da montagem de travões hidráulicos, os dois vidros traseiros foram substituídos por um de formato oval e de maiores dimensões. A partir desta altura o «Carocha» começa a ser reconhecido internacionalmente pela durabilidade dos seus componentes, principalmente o motor «boxer», que ganhou fama de indestrutível.
Em 1955 foi produzido o milionésimo «VW» e nos EUA inaugurou-se a Volkswagen of América, em Englwood Cliffs.
Neste mesmo ano o «Carocha» era alvo de mais uma modificação. Os «pisca-piscas» passaram a estar colocados nos guarda-lamas, substituindo assim o original «idiot stick», uma pequena seta colocada em cada um dos pilares centrais do carro e que era accionada pelo condutor sempre que pretendia mudar de direcção.
Cinco anos mais tarde é exportado para a terra do «Tio Sam» o «Carocha» n.º 500.000. O «Beetle» tinha conquistado a juventude norte-americana, que finalmente encontrava uma alternativa aos enormes e nada práticos automóveis construídos em Detroit, equipados com possantes motores de 6 e 8 cilindros, orgulho da indústria automóvel americana.
Na capital do cinema, Hollywood, o «Beetle»» tornou-se moda. Era frequente verem-se as vedetas do grande écran (principalmente as mulheres), a transitarem pelas avenidas da cidade ao volante de um destes automóveis, sendo a versão Cabriolet a preferida.
Em parte este sucesso era também devido ao grande êxito alcançado no grande écran pelo irrequieto «Herbie». Este era um «Beetle» muito especial, pois, dotado de vontade própria, conseguia desenvencilhar-se das diabruras que lhe eram feitas pelos seus rivais nas corridas onde participava, para gáudio de miúdos e graúdos.
Não há dúvida que foi durante os Anos sessenta que o pequeno automóvel alemão atingiu o apogeu da sua já longa carreira. As vendas estavam em alta, novas fábricas eram inauguradas e o VW continuava a ser um sucesso por todo o mundo.
Também foi durante esta década que o «Carocha» descobriu as comunidades «hippies», passando a ser o transporte predilecto -- muitas das vezes servindo de habitação e «ninho de amor» -- de muitos destes jovens de cabelos compridos, que ao som de Bob Dylan, Jimi Hendrix e Janis Joplin, entre outros, viajavam por esse mundo fora.
Em 1969 são lançados os 1302 (44 cv) e 1302S (50 cv).
No início da década de Setenta, o mundo é assolado por uma crise petrolífera que contribuiu de forma clara para a entrada em declínio das vendas do «Carocha». Além disso, apesar dos muitos «restylings» que ia sofrendo, o certo é que devido à sua concepção antiquada e a motores pouco performantes e nada económicos, o orgulhoso carro alemão ia deixando de ter argumentos perante as novas gerações de automóveis lançados pelas outras marcas.
O «cantar do cisne» deste mítico automóvel aconteceu em 1972 com o lançamento dos 1303 e 1303S, que tinham como novidade uma maior área envidraçada, faróis traseiros com um novo «design» e um «tablier» mais moderno.
Mas 1972 também ficaria na história como o ano em que o «carro do povo» se tornaria no automóvel mais vendido de todos os tempos, quando a 17 de Fevereiro saía da linha de montagem da fábrica de Wolfsburg o «Carocha» nº 15.007.034, batendo o anterior recordista, o Ford T.
A 1 de Julho de 1974 era construído em Wolfsburg o último «Carocha».
Em 19 de Janeiro de 1978 o mítico automóvel deixava de ser fabricado no seu país natal, a Alemanha. Embora continue a ser produzido no México, ao ritmo de 40.000 unidades/ano, o certo é que se encontra em fim de carreira o automóvel mais vendido de todos os tempos, símbolo de uma nação e que durante décadas foi o meio de transporte preferido de milhões de pessoas.
Texto publicado na revsta PGA Magazine Nº 66
Claro que faltam aqui as fotos que saíram a acompanhar este texto, fotos essas, na sua maioria enviadas pela própria VW, através da SIVA.
Tenho o original tal como saiu na revista, com as devidas fotos e também em inglês e francês, pois a revista era trilingue. Se o quiserem ver (e outros!) enviem-me o vosso email por PM que terei todo o gosto em enviar.
HISTORIA DA WV
Uma vez vi uma reportagem na canal Historia e o carocha era e foi considerado o carro do Povo,foi construído com esse fim.
Tanto !!
Ja foram abertos topicos para se falar neste assunto pela Ziggy e o veiga
Acabaram aqui os
Tanto !!
Ja foram abertos topicos para se falar neste assunto pela Ziggy e o veiga
Acabaram aqui os
viclea- Mensagens : 4474
Data de inscrição : 15/08/2010
Localização : sto.Tirso
Marca: : Daelim
Modelo: : S2 125 FI
Re: VOLKSWAGEN - Discussão sobre a VW
Acho que todos nós tivemos um carrocha nas nossas vidas
SW47- Mensagens : 4088
Data de inscrição : 14/09/2010
Localização : Oliveira de Azemeis
Marca: : Honda
Modelo: : Antes PCX- Agora :SW T-400
Re: VOLKSWAGEN - Discussão sobre a VW
Eu pessoalmente também não concordo muito com algumas opiniões de que alguma marcas são muitissimo superiores a outras, principalmente nos dias de hoje e se estivermos a comparar modelos da mesma gama, muitos deles com soluções tecnológicas e plataformas idênticas. Também penso que há marcas a viverem à sombra da glória passada, se corre tudo bem são os maiores, se corre mal... espera lá que o problema só pode ser do condutor e não nos responsabilizamos, nisso também estão todos cada vez mais iguais.
JGON- Mensagens : 384
Data de inscrição : 06/08/2011
Localização : Gaia/Feira
Marca: : Honda
Modelo: : SH 125i "Garrana"
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