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Associação de Direito do Consumo contesta em tribunal portagens nas ex-Scut

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Mensagem  Júlio_N Seg 9 Fev 2015 - 12:44

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A associação alega que os métodos de cobrança são ilegais. Acção judicial contesta a dupla tributação de IVA e os custos dos processos de execução fiscal, que podem chegar aos dez mil euros.

A Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC) interpôs na sexta-feira uma acção popular contra o Estado no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto considerando que os métodos de cobrança das portagens das ex-Scut são ilegais e inconstitucionais.

A acção, à qual o Público teve acesso, caracteriza-se como o derradeiros recurso e “meio único e eficaz para travar todo o sistema instituído, combatendo o desvario processual e respectiva catástrofe financeira que afecta a vida e a subsistência das populações, das empresas e dos cidadãos utilizadores”.

Ao Público, o advogado Pedro Marinho Falcão, que representa a APDC, explicou que a acção visa obter do tribunal “a declaração de ilegalidade das normas que obrigam ao pagamento de portagens registadas através de pórticos e das que fixam as coimas a quem não paga as portagens no tempo estabelecido”. As normas fazem “pender sobre o cidadão uma tarefa administrativa que não é da sua responsabilidade”, explica ainda.

“Também nestas vias que são ex-Scut o Estado tem de adequar a via e colocar portageiros”, acrescenta. A APDC coloca ainda em causa o valor das coimas que é sempre associado ao maior valor de distância multiplicado por dez (pessoa singular), ou por 20 (se for uma empresa). “Viola o princípio da proporcionalidade garantido na Constituição”, disse. Se o tribunal der razão à acção, o Estado poderá ficar inibido de cobrar portagens nas ex-Scut até dotar as vias de equipamento para pagamento no local.  

Além disso, a associação presidida por Mário Frota, que salienta pretender com esta acção “salvaguardar e proteger os interesses dos consumidores” sujeitos à fixação de tarifas e meios de cobrança ilegais que lesam a sua posição de consumidores”, lembra que não existe informação sobre as formas de pagamento.

“Quem circula nas infra-estruturas sujeitas a sistemas de pagamento de cobrança electrónica não possui qualquer informação dos meios que tem ao seu dispor para proceder a esse pagamento”, refere o documento que sublinha ainda as debilidades do sistema de cobrança ilustrando que este está formatado para “gerar mais custos e encargos para o utilizador”.

A associação aproveita ainda para denunciar a dupla tributação de IVA. “O contribuinte tem de fazer a liquidação da taxa de portagem acrescida do respectivo IVA, mas também vai ser cobrado o custo administrativo acrescido novamente de IVA”, aponta a associação que recorda que a liquidação deste imposto é plausível apenas em “transmissões de bens ou prestação de serviços”. Liquidar IVA “sobre custos administrativos não tem cabimento legal”, denuncia.

Existem ainda outras irregularidades em destaque na acção, nomeadamente relativas a pequenos valores que vão fazendo aumentar o valor total a cobrar nas notificações das concessionárias. Defende a associação que os custos administrativos – referentes “a franquias postais, comunicações telefónicas (…), impressões ou digitalizações” - estão a ser cobrados por cada portagem a pagar e não por cada notificação enviada. A concessionária “que apenas suportou uma despesa, uma notificação e os encargos a ela inerentes faz duplicar esse valor tantas vezes quantas forem as passagens verificadas”, acusa a associação.

No contexto da caracterização da forma como as concessionárias processam as notificações, “uma taxa de portagem de valor diminuto pode ascender a valores exorbitantes, os quais o utilizador não tem condições para liquidar mas dos quais não tem também condições financeiras e materiais para se defender”, alega a APDC.

A acção coloca ainda em causa e legitimidade das concessionárias das estradas para fazer este processamento e exigir a cobrança. “As concessionárias fizeram-se substituir à autoridade administrativa nas tarefas que a lei lhe atribui com exclusividade, nomeadamente instaurando o processo contra-ordenacional”. A autoridade administrativa é, neste caso, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, mas a associação condena ainda o facto de a Autoridade Tributária e Aduaneira cobrar coercivamente valores facturados pelas concessionárias.

Custos de mil a dez mil euros
“Tal tramitação deveria ser feita pelas entidades concessionárias à imagem do que sempre se verificou, e não utilizando os mecanismos do Estado para o efeito”, refere a APDC considerando ainda que são “inconcebíveis os valores liquidados que podem passar de 0,45 euros relativos a uma taxa de portagem, a 108,92 euros, acrescidos de despesas a liquidar no processo de execução fiscal da coima aplicada”.

A associação avisa ainda “que os processos [de execução fiscal] gerados por cada contribuinte são às centenas”, gerando “custos que ascendem do montante inicial de mil euros para um débito de 10 mil euros”.

A APDC acrescenta que não se pode aceitar que este “processo contra-ordenacional assuma contornos mais penalizadores que o próprio procedimento criminal”, pondo ainda “em risco a subsistência e sobrevivência de particulares e pequenas empresas”.

Fonte: Público
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Mensagem  Ziggy Seg 9 Fev 2015 - 16:57

Bom poste

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Associação de Direito do Consumo contesta em tribunal portagens nas ex-Scut Empty APDC pede aos partidos abolição do sistema de pagamento das ex-SCUT

Mensagem  Arauto Ter 17 Fev 2015 - 18:35

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Associação Portuguesa de Direito do Consumo vai reunir com o grupo parlamentar do PSD na quarta-feira para pedir a suspensão do sistema de pagamento das antigas SCUT, que considera "injusto e ilegal".

Reunião surge depois de a APDC ter entregue uma ação no tribunal administrativo e fiscal do Porto


A Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC) vai reunir esta quarta-feira com os deputados parlamentares do PSD para pedir a suspensão do sistema de pagamento das ex-SCUT. A reunião surge depois de a APDC ter entregue uma ação no tribunal administrativo e fiscal do Porto, no início de fevereiro, com o mesmo objetivo: abolir com o sistema.

“Há alguma sensibilidade por parte dos deputados do PSD para o problema do pagamento das ex-SCUT e agora é fundamental procurar caminhos alternativos a este sistema que é totalmente inconstitucional”, afirma Adriano Gouveia, jurista da APDC.

Em outubro, a APDC já tinha solicitado este tipo de reunião a três comissões parlamentares, mas não tinha obtido qualquer resposta. Agora, vai poder conversar sobre o tema com os deputados Duarte Pacheco, Luís Leite Ramos e Paulo Rios de Oliveira.

Vamos alertar os deputados para a gravidade da situação e para que procurem, pela via legislativa, resolver este caos. Muitas famílias estão a sofrer grandes prejuízos nas suas magras economias”, aponta o jurista, que considera o sistema de pagamento “mal elaborado, injusto e completamente ilegal”.

Na origem da ação está a dificuldade encontrada nos procedimentos de pagamento, e o agravamento, num curto espaço de tempo, das coimas aplicadas aos automobilistas em caso de atraso ou não pagamento. A associação esclarece que, por cada pórtico de estrada ultrapassado, os montantes finais a pagar pelos utilizadores podem ascender aos milhares de euros.

Desde 2011 que as antigas SCUT são cobradas aos utilizadores. No primeiro semestre de 2014, estas estradas, que são concessionadas, geraram receitas na ordem dos 96,6 milhões de euros.

Publicado a 17.02.2015
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Associação de Direito do Consumo contesta em tribunal portagens nas ex-Scut Empty Re: Associação de Direito do Consumo contesta em tribunal portagens nas ex-Scut

Mensagem  Cristina Nogueira Ter 17 Fev 2015 - 23:33

A ver vamos até a onde irá chegar este braço de ferro Very Happy
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