Carros autónomos da Google

Segundo a Google, os veículos estão constantemente em mudança para se adaptarem e compreenderem possíveis obstáculos, nomeadamente na Califórnia.

A Google equipou um Toyota Prius com o material necessário para que ele se conduza sozinho. Fotografia © Steve Jurvetson | Via Wikimedia Commons

Em mais de 2,7 milhões de quilómetros percorridos, os veículos de condução automática da Google só tiveram pequenos acidentes, disse o diretor do projeto.

Os veículos sem condutor humano da Google estiveram envolvidos em 11 acidentes em seis anos de testes na Califórnia, garantiu a empresa norte-americana que sublinha os dados como uma prova de "segurança" dos seus carros.

"Se estiveres muito tempo na estrada acontecem acidentes, tanto num veículo convencional como naqueles que são 'conduzidos' automaticamente. Em seis anos de testes, tivemos 11 pequenos acidentes em mais de 2,7 milhões de quilómetros percorridos", disse na segunda-feira Chris Urmson, diretor do programa da Google.

Chris Urmson vincou o facto de os acidentes terem sido todos sem gravidade e garantiu que todos eles se ficaram a dever a manobras de condutores que seguiam nos seus próprios veículos e não dos carros da Google. "Em nenhum dos casos o acidente foi provocado pelo automóvel sem condutor", disse.

O projeto de carros sem condutor da Google foi iniciado em 2009 e projetado para o longo prazo e desde então cerca de duas dezenas de Lexus RX450h equipados com sensores já percorreram, e guardaram imagens tridimensionais, 2,7 milhões de quilómetros, fundamentalmente em autoestradas e estradas nacionais.

Desde há dois anos que os carros da Google circulam também nas ruas de Mountain View, Califórnia, onde o gigante tecnológico tem a sua sede.
No entanto, para ser homologado e aceite pela indústria, o projeto da Google terá de encontrar um encaixe legal na legislação sobre circulação porque em caso algum os atuais diplomas consagram a possibilidade de veículos circularem sem condutor.

Este é o 14º incidente semelhante registado entre os mais de 20 veículos do Google que estão a ser testados na Califórnia, mas foi o primeiro que registou feridos.

Um dos automóveis sem condutor da Google que estão a ser testados nos Estados Unidos envolveu-se, pela primeira vez, num acidente de trânsito no qual resultaram feridos.

Chris Urmson, director da Google responsável pelo programa de carros autónomos, explicou que o culpado pelo acidente foi o motorista do outro veículo envolvido, algo que o Google alega em todos os acidentes registados no âmbito dos testes da companhia.

O automóvel, um Lexus RX-450H, com sensores criados pela Google que circulava por Mountain View, na Califórnia, parou num cruzamento apesar do sinal estar verde porque os carros à frente também estavam parados, evitando assim bloquear o trânsito da outra via. No entanto, o veículo que circulava atrás não travou e bateu na traseira do Lexus da Google a uma velocidade de 27 km/h.

A colisão provocou ferimentos ligeiros no pescoço das três pessoas que estavam no carro da tecnológica norte-americana e também no condutor do outro carro. O acidente terá ocorrido à hora de ponta, no dia 1 de Julho, avançou a Google.

Este é o 14º incidente semelhante registado entre os mais de 20 veículos do Google que estão a ser testados na Califórnia, mas foi o primeiro que registou feridos.

O conceito destes carros baseia-se na segurança, vêm equipados com sensores que eliminam as zonas cegas, e conseguem detectar objectos a uma distância superior dois campos de futebol em todas as direcções, o que será muito útil particularmente em ruas congestionadas com vários cruzamentos.

Ecrãs ou um sistema sonoro poderão ser algumas das formas dos veículos autónomos evitarem colisões.

Por muito eficazes que os carros autónomos da Google sejam a comunicar com o seu meio envolvente será preciso mais para os pedestres saberem o que vai na ‘cabeça’ do veículo.

De acordo com uma patente concedida à Google notada pelo Washington Post, a tecnológica de Mountain View poderá integrar ecrãs ou um sistema sonoro nos veículos de forma a alertar os pedestres para as intenções dos seus veículos, avisando-os por exemplo que é seguro atravessar a passadeira.

Apesar de só agora os reguladores americanos começarem a mostrar-se preocupados com a forma como estes automóveis se integrarão na estrada e com os pedestres, esta patente foi submetida pela Google em 2012, o que indica que a tecnológica está a tentar prever todos os obstáculos possíveis à introdução destes veículos no mercado.