Matrículas de carros à venda usadas em carros furtados

O esquema de uma rede que furtava carros para vendê-los em peças, e que foi agora desmantelada, passava por colocar matrículas falsas nas viaturas, na tentativa de despistar as autoridades.

Os automóveis - grande parte BMW e Mercedes - eram deixados na rua até ser descartada a hipótese de serem localizados pelos donos, através de sistemas GPS, sendo-lhes colocadas placas falsas iguais às de veículos idênticos que estavam em anúncios, impedindo, assim, que fossem identificados como furtados. Depois, eram levados para armazéns para serem desmantelados.

Ao longo de mais de um ano, os investigadores do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Santo Tirso seguiram os passos de 21 suspeitos que atuavam nos concelhos de Valongo, Paredes, Felgueiras, Trofa, Maia, Chaves, Gondomar e Vila do Conde, tendo apertado a vigilância nas duas últimas semanas. Há filmagens e fotografias, entre outras provas, da atividade da rede, e todos os carros apreendidos na megaoperação lançada na segunda-feira - mais de 150 militares de Porto, Aveiro, Braga, Viana do Castelo e Vila Real fizeram 51 buscas em armazéns, oficinas clandestinas e casas -, são furtados, mas o Tribunal de Valongo libertou os oito suspeitos, com idades entre 28 e os 50 anos.

Segundo o JN apurou, um deles não chegou a ser sujeito a interrogatório judicial. De resto, ficaram obrigados a apresentações periódicas às autoridades e inibidos de contactarem entre si e de frequentarem oficinas. Pelo menos três ficaram em liberdade sob caução (entre quatro e sete mil euros), dois dos quais cidadãos marroquinos cuja função era transportar os motores furtados para Espanha, dissimulados entre sucata. Outras peças ficavam em Portugal e eram distribuídas por sucatas e lojas.