França suspende a matriculação de novos modelos Mercedes (classe A, B e CLA)

Em causa está o não cumprimento de uma norma ambiental que diz respeito ao gás refrigerante usado no ar condicionado destes modelos. A França foi a primeira a proibir novas matrículas para estes modelos.



A Comissão Europeia (CE) deu razão à França, que suspendeu a matriculação de novos modelos Mercedes por estes não cumprirem a normativa europeia no que diz respeito ao gás utilizado no sistema de ar condicionado. Os modelos afetados, para já, são os Classe A, B e CLA. A União Europeia confirmou que a Mercedes deve retirar do mercado estes modelos por não utilizarem o gás R1234yf, mantendo um tipo de gás proibido desde janeiro deste ano por não cumprir as normas ambientais.

Na semana passada a Mercedes tinha denunciado o facto de a França ter vetado a venda dos seus modelos, já que o organismo de homologação francês disse que não tinha encontrado nenhum problema com o gás refrigerante R1234yf que a Mercedes se recusa a usar, alegadamente, por não ser totalmente seguro. Por isso, o governo francês proibiu todas as novas matrículas para os modelos referidos desde 12 de junho.

A União Europeia estabeleceu a obrigatoriedade de que todos os veículos novos à venda usem o novo refrigerante, mais amigo do ambiente do que o anterior R134a. A marca alemã continua a usar o refrigerante anterior, o R134a, apesar de não se ter conseguido provar que o novo gás é perigoso, como afirma a Mercedes.

Apesar disso, devido a uma autoignição apenas a 405º, o gás foi considerado perigoso por algumas marcas, nomeadamente a Mercedes que fez vários testes e assegura que o gás é altamente inflamável e, apesar das ameaças da Comissão Europeia em proibir a venda dos seus modelos, decidiu não acatar a nova lei.

Esta situação é preocupante para a Mercedes uma vez que os modelos A e B representam cerca de 55% das vendas da marca em França, por exemplo. O diretor-geral da marca em França, afirma que cerca de 55% dos clientes do Classe A vêm de outras marcas, nomeadamente ex-proprietários de Renault Mégane ou Peugeot 308. Estes dados mostram que há também alguma “” franco-alemã que está a tornar-se complicada de gerir por parte da UE.

Depois de uma semana de reuniões, os 28 estados-membro reconhecem que devem ser tomadas medidas que garantam que os novos modelos se adequam à legislação vigente, pelo que a Mercedes deve retirar os novos Classe A, B e CLA, informou a Comissão Europeia.

Vamos aguardar pelas cenas dos próximos capítulos, neste braço de ferro que é agora entre a Comissão Europeia e a Mercedes. Para já, esta questão na afeta o mercado português, onde não há qualquer restrição.



Fonte: Turbo e Greensavers

Para utiliza o gás R1234yf as oficinas da Mercedes tem de alterar os seus equipamentos para o poderem manipular pois os equipamentos anteriores não são compatíveis, e este gás é mais que o anterior.


Testes efectuados pela Mercedes em 2012 verificou-se que em mais de metade das colisões frontais o novo gás provoca uma bola de fogo se tocar no motor quente.

American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers classificou este novo gás como ligeiramente inflamável mas SAE - Society of Automotive Engineers provou que o gás não pode ser inflamável em condições normais de utilização.

Em Setembro de 2012 a Mercedes fez um recall de cerca de 3.500 viaturas modelo B.
Essas viaturas foram entregues com o novo gás mas a Mercedes decidiu trocar pelo antigo "R134a".

A BMW e a Volkswagen juntaram-se à Mercedes para anular a proibição da utilização do gás "R134a"

O novo gás foi desenvolvido pela DuPont e Honeywell duas empresas Norte-Americanas.

Acima de tudo, mais um braço de ferro, entre a Alemanha e... o resto do mundo.

O certo é que parece que a Mercedes tem razão, no que diz respeito a ser um gás inflamável, apesar de só o ser a altissímas temperaturas.

Rodax escreveu:

Testes efectuados pela Mercedes em 2012 verificou-se que em mais de metade das colisões frontais o novo gás provoca uma bola de fogo se tocar no motor quente.