Seguradoras: menos mediadores e mais profissionalismo

O setor dos seguros defendeu hoje uma redução drástica de mediadores na indústria de forma a tornar a distribuição de produtos mais profissional.

O presidente da Associação Portuguesa de Mediação Profissional de Seguros (APROSE), Luís Cervantes, e o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), Pedro Seixas Vale, defenderam que a existência de cerca de 22 mil mediadores de seguros em Portugal é exagerada e esperam que a nova legislação de distribuição de seguros contemple graus de exigência mais elevados à profissão.

O presidente da APROSE afirmou numa conferência sobre seguros em Lisboa, organizada pelo Jornal de Negócios, que "o nível de profissionalismo tem de aumentar" e que, para isso, "tem de haver uma redução de mediadores".

"Não acredito que existam 22 mil mediadores que estejam preparados profissionalmente. Isso prejudica os consumidores e não dá aos mediadores patamares mínimos de remuneração", afirmou Luís Cervantes. No entanto, acrescentou, com isto "não estamos a dizer que expulsamos as pessoas da mediação, mas queremos um processo evolutivo de profissionalismo".

"É melhor haver seis mil mediadores devidamente preparados do que 22 mil, dos quais muitos vêm do antigamente em que existe uma família e, entre outras atividades, também faz seguros", disse Luís Cervantes.

Na sua intervenção, o presidente da APS concordou e disse que "a legislação sobre a distribuição de seguros existe há muitos anos e foi muito liberal", pelo que o setor deveria "ter mediadores que fossem profissionais".

Seixas Vale alertou também que as seguradoras "têm de fazer um esforço de redução dos seus custos na distribuição e encontrar uma solução que possa haver um equilíbrio entre nós e os canais principais (banca e mediadores)".