Energica Ego45

A Zevtech, empresa nacional dedicada à distribuição de veículos 100% elétricos, apresentou ao público na passada semana a Energica EGO, uma mota de fabrico italiano com prestações aos nível das melhores superdesportivas, embora com zero emissões, e que está agora disponível ao consumidor português a partir dos 30.750 euros.

Mas a novidade trazida pela EGO são as prestações de topo sem recorrer ao comum motor de combustão interna. Fabricada pela Energica na famosa cidade italiana de Modena, sede de marcas míticas de supercarros como a Pagani ou a Maserati, a EGO é a primeira mota totalmente elétrica a ser produzida por uma marca que já não é alheia ou inexperiente no fabrico de motociclos de alta perfomance, já que a empresa faz parte do grupo CRP, que fornece, entre outros, peças e componentes a equipas de corridas de automóveis há mais de 40 anos.

De estilo radical, design arrojado e muito atrativo, o ainda assim estilo convencional da EGO é passível de ser confundido com qualquer supermota do setor com que concorre. O motor de corrente alternada e arrefecido a óleo debita 136 cavalos às 4900 rotações por minuto, sendo que a característica que apresenta maior vantagem em relação à concorrência são os 195 Nm de binário que oferece ao rodar o punho do acelerador, quase o dobro que qualquer outra moto desportiva de um litro. A velocidade máxima está limitada a 240 km/h, mas a EGO consegue atingir uma velocidade de 100 km/h em sensivelmente 3 segundos, não estando sequer equipada com embraiagem ou mudanças.

A tecnologia é obviamente um dos pontos fortes do modelo. Com 4 modos de condução (standard, económico, chuva e desportivo) e outros 4 afinação de travão e motor, de forma a que o utilizador possa definir perfomances adequadas a cada situação, bem como travar com o motor ou recuperar carga nas baterias através da travagem, interagindo com os travões ABS. O propulsor da EGO está dotado de uma unidade de controle de motor que monitoriza e ajusta 100 vezes por segundo a aceleração, velocidade, o modo de condução e o estado da bateria. E conta ainda com marcha atrás, de forma a facilitar as manobras de estacionamento. Ecrâ digital de TFT com GPS integrado, conectividade via bluetooth e UMTS, entre outros, estão também incluídos de série.

A bateria de 11,7 kWh promete uma autonomia de até 190 km, dependendo da velocidade de condução, podendo ser totalmente carregada em 3 horas e meia. Um módulo opcional de carregamento rápido permite preencher 85% da bateria em apenas 30 minutos.

Segundo algumas análises já publicadas no ciberespaço, a condução é intuitiva, muito semelhante à de uma superdesportiva "normal", com uma resposta muito precisa do acelerador, pecando apenas pelo elevado peso do conjunto: 258 kg. E desengane-se quem acha que a EGO é um veículo silencioso. A mota emite um ronco alto, semelhante ao de um jato, e destinado a adicionar emoção à condução.

Existem cada vez mais marcas a apostar no setor dos veículos de duas rodas movidos a eletricidade, como a Zero, Brammo, e KTM, que já têm unidades para entrega, Ligthning, BMW e Harley-Davidson, que estão em fase de protótipo ou pré-encomenda, sendo importante referir ainda a americana Mission Motorcycles, que embora sendo uma empresa tecnologicamente avançada, acabou de anunciar falência sem sequer entregar uma única unidade.