Combustíveis - mercado

É uma vergonha!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Quer seja de carro ou de transportes públicos, as deslocações diárias dos portugueses estão cada vez mais caras. Os preços dos combustíveis têm revelado desde Janeiro uma tendência de subida galopante, atingindo já níveis aos do Verão do ano passado. E já hoje segunda-feira, todos os produtos, quer sejam simples, normais ou premium voltam a ficar mais caros para os consumidores portugueses.

Nos postos junto aos hipermercados, que ganharam muitos adeptos com a escalada dos combustíveis, "os aumentos previstos para esta semana deverão rondar os 2,5 cêntimos por litro no gasóleo e dois cêntimos por cada litro nas gasolinas, acompanhando a tendência internacional", disse ao Económico fonte do sector.

Já nas principais gasolineiras - Galp, BP, Cepsa e Repsol - o preço do litro de ambos os combustíveis vai subir até aos três cêntimos, apurou o Económico junto de fontes do sector.

Com estas subidas, e tendo em conta o último relatório de Bruxelas, que compara preços com impostos, Portugal surge em sétimo lugar no ‘ranking' dos preços ao consumidor da gasolina 95 - uma listagem liderada pela Holanda, Itália, Finlândia, Grécia, Suécia e Dinamarca. No caso do gasóleo, Portugal ocupa a nona posição entre os 28 países do espaço comunitário. O preço de referência do litro de gasóleo em Portugal está no valor mais alto desde Outubro de 2015 (1,175 euros), enquanto o preço da gasolina (em máximos de Agosto) ronda 1,438 euros por litro.

No início do ano, segundo dados da Direcção-Geral de Energia e Geologia, um litro de gasolina custava 1,363 euros, enquanto o litro do gasóleo valia 1,089 euros. Hoje, a gasolina custa mais 7,5 cêntimos por litro enquanto o gasóleo vale mais 9 cêntimos. Isto quer dizer que os portugueses estão a pagar mais 4,5 euros do que pagavam no início do ano para encherem um depósito com 60 litros de gasolina, e mais 5,1 euros se optarem pelo gasóleo.

O consumo de combustíveis encolheu. De acordo com os dados da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC), a procura por gasolina e gasóleo recuou em Abril tanto face ao período homólogo como ao mês anterior, uma evolução coincidente com a recuperação do petróleo nos mercados internacionais que levou ao aumento dos preços nos postos nacionais.

"O consumo mensal acumulado de gasolina e gasóleo, em Abril de 2016, diminuiu 2,8% face ao mês homólogo do ano anterior", refere o relatório mensal sobre combustíveis da ENMC. "Comparando com o mês anterior – Março de 2016 –, o consumo mensal de gasolina e gasóleo diminuiu 4,8%", acrescenta.

Esta quebra acumulada nos combustíveis é, no entanto, resultado da descida mais acentuada verificada no caso da gasolina. Na comparação com o mês anterior, o consumo de gasolina registou em Abril uma quebra de 8,2%, para 84.656 toneladas métricas, embora no caso do diesel se tenha registado uma redução na procura de 4,1%.

A menor procura, que mantém o total do ano na gasolina abaixo do ano passado (o diesel está 1,54% acima), verificou-se num período em que os preços dos combustíveis têm vindo a recuperar dos mínimos alcançados no arranque deste ano. Com o petróleo a quase duplicar de valor para perto dos 50 dólares, os preços nos postos têm subido.

Entre "Março e Abril de 2016, o PMVP do gasóleo registou um aumento de 1,3 cêntimos por litro, correspondendo a uma variação de 1,18%", diz a ENMC, acrescentando que "à semelhança do gasóleo rodoviário, o preço médio de venda ao público da gasolina, entre Março e Abril de 2016, registou um aumento de 5,8 cêntimos por litro (uma variação de 4,4%)".

Este mês a tendência de subida tem-se mantido, apesar do corte de um cêntimo no valor do ISP por parte do Governo. Ainda esta semana os preços voltaram a aumentar. A gasolina ficou mais cara em cerca de dois cêntimos por litro, de acordo com os cálculos realizados pelo Negócios, já o gasóleo, o combustível mais utilizado no mercado nacional subiu entre 2,5 e três cêntimos por litro.

Em apenas quatro meses, até Abril, o Estado já arrecadou com o imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP) mil milhões de euros, patamar que em 2015 só foi superado ao fim de seis meses. Mas há que ter em conta um efeito contabilístico que representa mais de 100 milhões de euros.

Os dados da execução orçamental publicados nesta quarta-feira mostram que a receita do ISP disparou 43% até Abril. Para os cofres do Estado entraram 1022,6 milhões de euros nos quatro primeiros meses do ano, quando no período homólogo o valor estava nos 715,6 milhões. A melhoria reflecte o agravamento do imposto sobre a gasolina e o gasóleo em seis cêntimos a partir de 12 de Fevereiro, mas não só.

A Direcção-Geral do Orçamento sublinha, aliás, na síntese de execução orçamental, que o aumento se deve “sobretudo” a uma reformulação contabilística que faz com que seja agora contabilizada na receita do ISP a contribuição de serviço rodoviário, que antes era contabilizada no subsector dos serviços e fundo autónomos. Este impacto até Abril vale 106,2 milhões de euros. Assim, sem este efeito, o ISP teria ficado nos 916 milhões nos quatro primeiros meses do ano, o que representa uma variação de 28%.

Se em Março, o primeiro mês completo em que vigorou a subida do ISP, a receita cresceu 50% face ao mesmo mês do ano passado, no mês seguinte acelerou ainda mais. O Estado encaixou em Abril mais 121% do que no mesmo mês do ano passado, o que significa que a receita mais do que duplicou, passando de 187 milhões para 412,7 milhões. São mais 225,7 milhões. Também na leitura destes dados é preciso ter em conta a alteração contabilística, que faz subir o valor da receita por comparação a 2015.

É a cobrança do ISP e do imposto sobre o tabaco que explicam "em grande medida" o crescimento de 7,8% na receita de impostos indirectos, permitindo a recuperação da receita fiscal do Estado (que estava em queda até Março e inverteu a tendência), sublinha a DGO na síntese de execução orçamental.

Depois da subida de seis cêntimos em Fevereiro, o Governo reviu o ISP para a gasolina e gasóleo, atendendo à variações da cotação do petróleo nos mercados internacionais e o seu impacto nos preços de referência dos combustíveis. A primeira revisão aconteceu a 12 de Maio, três meses depois da subida do ISP, e levou o Governo a baixar o imposto um cêntimo tanto na gasolina como no gasóleo.

Os próximos dados da execução orçamental, relativos a Maio, deverão assim reflectir este impacto misto: durante praticamente duas semanas o ISP esteve seis cêntimos mais alto face à situação anterior a 12 de Fevereiro e na segunda parte do mês o agravamento foi de cinco cêntimos em relação àquela primeira data em que houve uma alteração.

Ao todo, a receita fiscal do Estado cresceu 3,2% nos quatro primeiros meses do ano, com a cobrança de 11.866 milhões de euros, mais 367,8 do que no mesmo período do ano passado.

O custo de ambos os combustíveis nos postos de abastecimento vai ser revisto em alta na próxima semana. As subidas vão sentir-se tanto nas bombas das principais gasolineiras como nos postos das denominadas marcas brancas, que normalmente praticam preços mais baixos.

Nos postos junto aos hipermercados, que ganharam muitos adeptos com a escalada dos combustíveis, "os aumentos previstos para esta semana deverão rondar o cêntimo por litro, com uma ligeira acentuação nas gasolinas", disse ao Económico fonte do sector.

Já nas principais gasolineiras, "a evolução das cotações em euros aponta para uma subida dos preços de ambos os combustíveis em até 1,5 cêntimos por litro".

O preço médio de referência do litro de gasolina em Portugal está actualmente nos 1,453 euros, enquanto o gasóleo vale 1,191 euros, segundo a Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG).

O site da DGEG mostra ainda que entre os postos mais económicos do país há vários (ver em baixo) que vendem gasóleo a pouco mais de um euro, o que face aos preços médios, permite uma poupança de cerca de oito euros por depósito.

De acordo com os mesmos dados, o preço de venda ao público do ‘diesel’ está hoje 10 cêntimos acima do preço a que se encontrava no início de 2016. Já a gasolina vale mais nove cêntimos que no início de Janeiro. Isto quer dizer que os portugueses estão a pagar mais cinco euros do que pagavam no início do ano para encherem um depósito com 60 litros de gasolina, e mais seis euros se optarem pelo gasóleo.

O último relatório de Bruxelas mostra que, depois de impostos, o preço médio da gasolina e do gasóleo praticado em Portugal é dos mais elevados no 'ranking' dos 28 países da União Europeia. Os mesmos dados mostram que a fiscalidade é o factor que mais pesa nos preços dos combustíveis.

Com menos rendimento disponível e cada vez mais impostos para pagar, os portugueses estão obrigados a recorrer à engenharia financeira para equilibrar os seus orçamentos. Obrigados a poupar em todos os capítulos, os combustíveis não são excepção.

O Diário Económico analisou os postos de combustíveis de todo o país e encontrou diferenças nos preços que chegam aos 26 cêntimos por litro dentro do mesmo distrito. Para uma família com dois automóveis, que consumam no total 120 litros de combustível por mês, poupar 26 cêntimos por litro significa arrecadar 768 euros ao final do ano.

No distrito de Lisboa, por exemplo, e segundo dados da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), a factura a pagar mensalmente pode atingir os 306 euros, no caso do gasóleo, considerados os preços máximos. Mas se, pelo contrário, optar por encher o depósito no posto mais barato, o gasto mensal desce para 256 euros. Feitas as contas, a diferença atinge os 50 euros por mês enquanto por ano chega aos 600 euros.

Na gasolina 95 o cenário é idêntico. No posto mais barato um litro deste combustível vale 1,34 euros, enquanto a marca mais cara cobra 1,53 euros por litro. Ou seja, se optar pela bomba mais amiga conseguirá levar para casa mais 34 litros de gasolina em cada mês, uma poupança de 45 euros.

No distrito do Porto as diferenças não são tão acentuadas como na capital mas atingem os 17 cêntimos por litro no gasóleo, o que corresponde a menos 41 euros por mês. Já no campeonato da gasolina, a poupança pode alcançar os 37 euros mensais.

Mais a Sul, no Algarve, as diferenças são mais evidentes: Abastecer no posto mais barato da Região vale uma poupança de 59 euros por mês no caso do gasóleo e 64 euros mensais no que diz respeito à gasolina. Isto quer dizer que no final do ano, conseguirá poupar qualquer coisa como 768 euros. Mas pode ainda optar por outra solução para economizar: se der um saltinho a Espanha, os preços praticados são muito mais baixos que em Portugal. Esta é aliás uma prática comum entre algarvios.

Conclusão? Antes de se fazer à estrada, procure os preços mais baixos para atestar o depósito para a viagem. Para verificar qual é a bomba mais em conta na sua área de residência basta ir ao site www.precoscombustiveis.dgge.pt. E se for de férias, no site de comparação de preços da DGEG, é possível analisar quais os preços que estão a ser praticados nas bombas por todo o país.

Mais truques para poupar no combustível
Se é em combustível que gasta boa parte do seu orçamento familiar está na hora de adoptar tácticas de condução mais económicas, para que a frequência com que tem de se dirigir ao posto de abastecimento de combustível seja reduzida. À primeira vista uma condução diferente poderá não ter reflexos instantâneos nos consumos, mas no final do mês faz toda a diferença.

A simples manutenção da correcta pressão dos pneus é fundamental para que os consumos sejam reduzidos em cerca de dois litros a cada cem quilómetros percorridos, o que significa desde logo uma poupança superior a dois euros.

Outra recomendação é não ultrapassar as 2500/3000 rotações nos motores diesel e as 3000 nos motores a gasolina. A partir daí o consumo será muito maior. Evite esgotar as mudanças e utilize, sempre que possível, a mudança mais elevada. Para que a factura a pagar não seja tão pesada, conduza suavemente, evitando acelerações ou travagens bruscas. Uma condução desportiva pode aumentar o consumo em 40%. Procure também circular a velocidades razoáveis - dez km/h a menos na auto-estrada permite economizar até cinco litros de combustível. Se a alta velocidade for inevitável feche todas as janelas para obter maior estabilidade da viatura e menor consumo de combustível e ligue o ar condicionado apenas se estritamente necessário.

Respeitar os períodos de manutenção aconselhados pelo fabricante e verificar regularmente o óleo do motor são outros conselhos para poupar dinheiro com o seu automóvel. Por último, a maioria das petrolíferas ou postos de combustível têm, actualmente, a decorrer campanhas de descontos, que permitem aliviar as despesas com o combustível. Tente aproveitar estas campanhas. É que um desconto de quatro ou seis cêntimos por litro num depósito têm reflexos significativos no final do mês. Se fizermos as contas ao ano, as vantagens são ainda mais evidentes.