Test drive Honda CTX 700

Não é que morra de amores por motos de estilo chopper mas a curiosidade de conhecer a caixa dct da honda fez com que me decidisse a testar este novo modelo. Branquinha com vidro alto e malas a condizer lá me esperava a bela "rasteirinha" com um ronco abafado ao qual as nc700 já nos acostumaram. Arranco e a suavidade da caixa de velocidades é desconcertante notando-se muito pouco as passagens da mudanças. O binário do motor é muito elevado e o peso nem se nota arrancando com a mesma facilidade de uma scooter 125cc de 100kg (esta pesa cerca de 230kg). O binário é de tal forma elevado que se acelerarem a fundo em primeira velocidade sentem um claro esticão na corrente que saúde não lhe deve dar e por este motivo muitas nc700 sofreram recall por estarem a partir correntes com pouca quilometragem... Usei inicialmente o modo D (drive) mas como muitos já testemunharam é um modo que enerva o santo mais calmo porque engrena a velocidade seguinte demasiado cedo, o moto perde em aceleração e o motor vibra demasiado como a suplicar para meter uma mudança abaixo. Passei para o modo S (sport) e a história é outra porque as passagens de caixa já se fazem na altura certa e conjugar isso com as patilhas para reduzir uma antes de entrar na curva funciona muito bem. Acelerar a fundo obriga a caixa a reduzir (nalguns casos reparei que desceu duas mudanças rapidamente). O desempenho do motor é forte mas sinceramente pachorrento. Agora que tenho mais experiência em motos noto um grande handicap deste motor 700cc para o 500cc da minha cbf. Não me intrepretem mal, o motor é cheio de força mas tal como o motor de um camião cheio de força não quer dizer que ande muito...Os números mostram que o desempenho não difere muito das motos tradicionais de potência similar mas a verdade é que não emociona, não se sente o motor a ganhar rotação e a ideia que fica é de ser uma moto pastelona. Arrisco mesmo a dizer que em condições normais de trânsito suburbano (condições em que fiz o teste) a minha sh300i parece mais rápida e decidida, mesmo em ultrapassagens o que provávelmente não é verdade mas é a ideia que o motor/moto deixa ficar. Outra vantagem da dct é simplesmente travarem a fundo e ela reduzir automaticamente mantndo a primeira engatada com a moto parada. A segurança conferida por este elemento é grande e torna a condução fluida e despreocupada. Para o motor em questão acredito que a dct seja fundamental porque deixam de ter corte de rotação numa ultrapassagem ou não precisam de adivinhar em que mudança estão a entrar na rotunda porque devido ao comportamento deste motor é mais complicado fazer a leitura da mudança engrenada através da rotação e barulho do motor (que é o que faço na 500).

Posição de condução descontraída com os apoios de pés bem lá na frente à "boss" que me fizeram fazer algumas figuras tristes ao dar por mim a tentar apoiar os pés nos apoios do pendura     

Suspensão um pouco para o duro sem a possibilidade de levantar o rabiosque quando já damos por perdida a tentativa de desviar a moto de um buraco...

Quanto ao resto a qualidade de montagem é muito boa mas minimalista. Não tem o famoso tanque falso para guardar o capacete (ao contrario da gama nc)

Se comprava? Esta não mas a nc750s dct é um caso a ponderar mas perderei todo o entusiasmo que um motor e caixas tradicionais proporcionam. Anseio por um teste à nova gama 500 que pelos vistos andam esgotadas...

Eu pessoalmente gosto desta moto.